domingo, 30 de setembro de 2012

Primavera



Andou pelo meu jardim,
não como um espectador,
era Ele, o jardineiro.

Retirou plantas que achava nocivas e belas...
Dolorosa foram as raízes que Ele por necessidade arrancou!

Arregalou os meus olhos
A princípio com receio não queria mais abri-los...
Mas parecia tudo tão seguro que me lancei
Observei canteiros admiráveis que nem de suas existências sabia,
antes só reconhecia em meu jardim as velhas árvores.

Pediu para deixá-las um pouco de lado, assegurou-me que suas raízes estavam firmes e que não precisavam de tanto cuidado assim...
Perdi o medo e comecei a sonhar, a cada dia imaginava o meu jardim
de forma diferente, com árvores coloridas, pequenas, grandes...

Queria o jardim dos meus sonhos, e ousei pedir a Ele.
Então, deu-me sementes, confiante as plantei com cuidado
Fui regando dia a dia e surpreendia-me sempre com o tanto de cuidado e dedicação a elas, cada gota d’água que cai na terra era um pedaço da expectativa que carregava em meu peito...

Esperei...
As sementes já mortas começaram a nascer...
Os brotos que saíram não pareciam ser das árvores que sonhei.
Desapontada, descobri que a expectativa mata toda a esperança!
Não via mais beleza em meu jardim...
A expectativa que carregava no peito era tanta que quase arranquei tudo por não ser o que sonhei...

Porém o jardineiro conhece pelo broto a beleza da árvore que há de crescer...
Disse-me com um olhar de esperança:

Tenha calma menina, quem cuida do seu jardim sou Eu, e só deixo plantar o que há de mais belo. Não percebeu que o solo não está tão fértil como deveria!? Claro que não né, agora que está começando a entender as necessidades e fragilidades dele. Confie nas sementes que eu te dei, nos sonhos que deixei você sonhar e cuide mais do seu solo, não quero que plante nada que não irá frutificar.

Que as lágrimas fertilizem o meu solo.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Fragmentada

"...Era assim a vida, de repente. Privacidade nenhuma. Todo mundo participando um pouco da vida alheia. Mas só um pouco. Só um pouco. Só através de fragmentos. O que é ainda mais inquietante." Trecho do texto Fragmentos de Heloisa Seixas

Só através de fragmentos!



"Eu abri meu coração como se fosse um motor
E na hora de voltar sobravam peças pelo chão..."- Armas químicas e poemas- Engenheiros do Hawaii




terça-feira, 4 de setembro de 2012